sábado, 5 de janeiro de 2013

Jesus fazia milagres, não mágica!


Por Alan Brizotti

‎(João 6. 67-71) 

João 6 é um texto perigoso. Um texto que retrata na prática a tentação do deserto. Jesus está diante da chance de exercer poder, mas escolhe a pregação dura logo após o milagre! Esse caminho que vai do milagre ao púlpito e não do púlpito à mágica é o caminho que poucos ainda escolhem.

No dia seguinte à maravilhosa multiplicação dos pães, a multidão embarcou em Tiberíades e encontrou Jesus na margem ocidental. Uma multidão ávida por milagres.

Aquela multidão via pão em Jesus quando deveria ver Jesus no pão.

A multidão amava as coisas feitas por Jesus, não a ele. Talvez por isso ele fugisse tanto de multidão. Ninguém mantém uma multidão por muito tempo sem acabar sendo usado por ela. É a tentação das massas! Quem faz de tudo para manter uma multidão também a transforma em um bem a ser manipulado a favor de suas vaidades.

Jesus rejeitou a popularidade que o milagre trouxe! Vance Ravner escreveu que “a popularidade mata mais profetas do que a perseguição”.

Os cristãos que gostam de afirmar que o poder nos pertence – que a igreja precisa dominar o mundo – estão aceitando o atalho que o diabo ofereceu a Jesus: governo sem cruz! Jesus recusou a religião do filho mimado (pedras em pães). Recusou-se a realizar o milagre que todo político, sociólogo e filantropo amaria realizar: transformar pedras em pães! O que mais existe no mundo são pedras!

As pessoas criam em Jesus pelo que ele produzia! Fé de funcionalidades. A fé delas só existia pela via do milagre. Essa fé do milagre é apenas uma etapa do processo: pode levar à conversão, mas também pode levar ao aprisionamento da mágica.

Graças a Deus que Jesus não transformou pedras em pães e nem pães em mágica!

É tempo de uma ressignificação da nossa fé. Pense nisso!

Um abraço!

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