quinta-feira, 27 de março de 2014

Ciência e teologia: mais próximas do que se imagina

      

Em 1884, em palestra na reunião da Associação Britânica para o Progresso da Ciência, Lord Rayleigh – ele receberia o prêmio Nobel de Física duas décadas mais tarde – disse que “muitas pessoas excelentes temem a ciência como tendendo ao materialismo. Não é surpreendente que tal apreensão exista, pois, infelizmente, há escritores, falando em nome da ciência, que se fixaram a fomentá-la. É verdade que entre os homens de ciência, como em outros ramos, pontos de vista pouco refletidos podem ser encontrados a respeito das coisas mais profundas da natureza; mas que as crenças a que Newton, Faraday e Maxwell aderiram toda uma vida seriam incompatíveis com o hábito científico da mente é, sem dúvida, uma proposição que eu não preciso me delongar em refutar.”1 Dada assim a compatibilidade de fé cristã e ciência, o que se pode dizer de teologia cristã e ciência?

Inicio resumindo constatações sobre a estrutura do conhecimento, inicialmente acerca do conhecimento científico e depois do teológico. Segundo Einstein e Polanyi, a estrutura do conhecimento científico é estratificada. Compreende três níveis de pensamento coordenados: um primeiro nível, com nossa experiência cotidiana ordinária e a cognição natural fracamente organizada que lhe é associada; um segundo nível, o da teoria científica, com sua busca de rigorosa unidade lógica de fatores empíricos e conceituais; e o terceiro nível, em que se desenvolve uma unidade lógica mais refinada e abstrata, com um mínimo de conceitos e relações.

Thomas Torrance, um dos principais teólogos do século XX e um dos poucos a investigar a relação entre teologia cristã e ciência, entende que, à semelhança do conhecimento científico, também o conhecimento de Deus é estruturado em três níveis distintos de crescente refinação conceitual. No primeiro nível, o de uma teologia tácita ou subentendida, nós apreendemos a realidade de Deus através da experiência pessoal – por exemplo através de um encontro pessoal com Jesus Cristo – sem ainda entendermos essa realidade conceitualmente. Num segundo nível, o de uma teologia (mais) formal, nós desenvolvemos uma compreensão da estrutura subjacente à nossa experiência pessoal. Finalmente, num terceiro nível, ocorre um aprofundamento na autorrevelação de Deus. Embora o pensamento teológico progrida no sentido de relações e conceitos cada vez mais refinados, ele sempre permanece coordenado com nosso conhecimento pessoal de Jesus Cristo, no qual está alicerçado.

Torrance2 também enfatiza que, além da semelhança estrutural de conhecimento teológico e científico, existe também uma semelhança metodológica entre teologia e ciência, pois “o pensamento cuidadoso tanto em teologia quanto em ciência procede em estrita conformidade com a realidade ou natureza objetiva do que está sendo investigado e / ou interpretado, isto é, de acordo com o que realmente é.” A conclusão de Torrance é que, se “praticadas rigorosamente, teologia cristã e ciência natural contribuem positivamente uma com a outra, e que o impacto recíproco entre elas é muito mais profundo e heuristicamente relevante do que geralmente é percebido por teólogos e cientistas.” A história da ciência ocidental parece comprovar as conclusões de Torrance. A atividade científica depende de certos pressupostos devidamente organizados acerca do mundo, e foi na cultura europeia do final da Idade Média – permeada pelo Cristianismo – que condições adequadas a esse respeito propiciaram o desenvolvimento do método experimental da ciência como o conhecemos. Teólogos como Robert Grosseteste e o seu aluno Roger Bacon (século XIII) estiveram entre os primeiros a enfatizar o uso da experimentação para aferir afirmações sobre fenômenos naturais; deixaram clara uma sólida motivação para tal, enraizada numa visão de mundo cristã. Grosseteste e Bacon foram seguidos pelos primeiros cientistas modernos propriamente ditos, cristãos como Kepler, Pascal e Boyle. Séculos mais tarde Joule, Maxwell, Pasteur e outros continuariam a enfatizar a ligação positiva entre cristianismo e ciência.

Nesse ponto, retorno ao modelo estratificado do conhecimento teológico e do científico. Além de apontar semelhanças entre teologia e ciência, o modelo estratificado possui também utilidade explicativa. Por exemplo, à luz do modelo, ateísmo constitui ausência de conhecimento de Deus (em todos os níveis), uma vez que falta ao ateu o conhecimento do primeiro nível do conhecimento teológico, o nível tácito, cotidiano, ordinário, subjacente a qualquer discussão objetiva. Como ausência de conhecimento implica ausência do que discutir, é previsível que um ateísmo belicoso (à la Dawkins, por exemplo) se perca em deboche.

O modelo estratificado também auxilia no entendimento de algumas situações de conflito entre teólogos e cientistas, como o conflito do cristão Galileu Galilei (1564-1642) com certos teólogos de sua época. Galileu defendeu o heliocentrismo e sua compatibilidade com a Bíblia. No entanto, muitos teólogos contemporâneos seus discordaram de forma intransigente. O conflito residiu no segundo nível do conhecimento teológico, em que os teólogos discordantes sucumbiram ao problema hermenêutico, à sua falta de autocrítica e ao descuido com a falibilidade humana.

De forma análoga, a oposição de darwinistas à teoria do “design inteligente” manifesta-se no segundo nível do conhecimento científico e o lapso tem características semelhantes à dos teólogos que se opuseram a Galileu. Kenneth Hsu, Professor Emérito da Escola Politécnica Federal de Zurique, resume a situação da seguinte forma: “A teoria darwiniana não é experimentalmente testável contra o mundo empírico, porque o mecanismo proposto opera num horizonte de tempo muito maior que nosso tempo de vida. Como uma teoria para explicar fatos históricos, é falsificável pelo registro fóssil. Assim, foi uma hipótese científica quando proposta inicialmente. Após mais do que um século, entretanto, percebemos que sua premissa não é suportada pelo registro paleontológico, e suas numerosas predições mostraram-se incorretas [Hsu cita uma referência]. O atual estado do darwinismo, em minha opinião, é comparável àquele da teoria geocêntrica de Ptolomeu durante a Idade Média. A teoria de Ptolomeu foi ciência durante a Antiguidade, mas transformou-se em dogma depois que suas predições foram falsificadas pelas novas observações de Galileu. Do mesmo modo, o darwinismo foi uma hipótese científica, mas transformou-se numa ideologia durante o século XX.”3

Teologia cristã e ciência possuem coisas em comum, que Torrance apontou e discutiu com algum detalhe. Além de Torrance, John Polkinghorne, Alister McGrath, Carl Friedrich von Weidzsäcker e outros também investiram ou têm investido esforços para explorar o assunto. A continuidade de tais esforços poderá levar teólogos e cientistas ao próximo passo: identificar e solucionar questões e problemas que demandam o envolvimento conjunto de teologia cristã e ciência.


Notas:
1. Citado em Kneller, K.A. – Christianity and the leaders of modern science, B. Herder, Freiburg im Breisgau, 1911.
2. Em Torrance, T.F. Theological and natural Science, cap. 7, Wipf and Stock, 2002.
3. Hsu, K.J. - “Evolution, ideology, darwinism and science,” Klinische Wochenschrift, v. 67, p. 923-928, 1989.

terça-feira, 25 de março de 2014

A igreja metaleira

 





FOLHA

Para os evangélicos, eles cultuam Satanás. Pelos metaleiros, são criticados por seu jeitão bem comportado. Assim, entre a cruz e a espada, resiste desde 2006, no Alto do Ipiranga, região sul, a primeira igreja gospel frequentada por roqueiros de São Paulo.

"Sofremos com o preconceito dos dois lados", diz o pastor Antonio Carlos Batista, 46, fundador da Crash Church (ou "igreja de impacto", na tradução dos fundadores).

"Acolhemos quem não quer nem vestir terno nem cortar os cabelos para louvar o Senhor, nem ser violento ou negar Jesus Cristo só por causa do som que gosta de ouvir."

Crash Church


No domingo em que a sãopaulo visitou o templo, 50 jovens cabeludos, tatuados, vestindo anéis, piercings, roupas rasgadas e longos coturnos se reuniam às gargalhadas na calçada.

Quem passa pela igreja —uma sala comercial toda pintada de preto— não entende de cara o que ocorre por ali.

Os metaleiros não bebem ou fumam, só conversam. "Nossa droga é Jesus", diz uma fiel de cabelos verdes.

Às 17h, um solo estridente de guitarra dá o sinal: começou o culto. Do lado de dentro, paredes escuras grafitadas com desenhos gigantes de coroas de espinhos levam ao salão principal, onde está o palco/altar.

"Deus não te deixa só", "Ele está dentro de nós", "a vida é um ato de amor", canta, aos berros, um coro de duas mulheres e um homem, de cabelões e roupas pretas. Quando a música termina, a plateia aplaude e grita "aleluia" e "glória a Deus".

No intervalo entre as canções, a vocalista se lembra, emocionada, de um salmo sobre o sangue de Jesus –o guitarrista acompanha dedilhando o instrumento com força proporcional à intensidade dos versículos.

Se a etapa inicial do culto lembra um show de rock qualquer, é quando as luzes do palco se apagam que a louvação começa de verdade.

O pastor também é vocalista da banda AntiDemon que já viajou por outras igrejas alternativas em 31 países

De mãos estendidas para o céu, o pastor aparece num púlpito de pedra e convida os presentes a se abraçarem (o solo de guitarra no fundo cresce quando ele diz "aleluia").

Começa uma roda de cura espiritual "contra a ansiedade". Depois, o líder religioso anuncia a programação da igreja para as próximas semanas e cumprimenta, um a um, quem visita o culto pela primeira vez.

"Uma salva de palmas para o repórter e o fotógrafo que nos acompanham", diz, enquanto a reportagem se encolhia no fundo do salão.

Um jovem magro, de cabelo dourado, cheio de gel fixador, é convidado a dar um testemunho.

"Consegui um trampo num restaurante", diz, ao lado do pastor Batista. "Sou responsável pela parte de bebidas e estou muito feliz." Aplaudido, ele prossegue: "Mesmo antes, eu sempre fiz questão de pagar o dízimo."

É essa a senha para a coleta do dinheiro. Em fila, os fiéis caminham em direção a uma urna com pequenos envelopes recheados. Não fossem pretos, eles também seriam como os usados em outros templos religiosos.

VOZ DE TROVÃO

No ritmo dos gritos de "amém" do pastor (com voz gutural, tipo show do Sepultura), o culto segue por mais duas horas.

"O povo de Israel sempre foi guerreiro. Nós estamos em constante luta contra Satanás", diz o pastor, que também é vocalista da banda AntiDemon, com a qual já viajou por outras igrejas alternativas em 31 países.

Com uma bíblia cheia de adesivos de bandas, ele fala à reportagem sobre a conexão que percebe entre o heavy metal e a mensagem divina.

"Está escrito numa passagem que a voz de Deus é como um trovão. Outra indica que o barulho no céu é ensurdecedor. No rock é igual."

Ele diz que sua principal luta é contra os estereótipos. "Já fui barrado em hospital quando fui visitar um fiel que estava doente. Não usava uma gravata, então não acharam que eu era pastor. Puro preconceito."

Julgamentos à parte, o pregador diz que sua igreja é "bem careta". "Ninguém aqui transa antes do casamento. E nós não acreditamos em um terceiro sexo. Gays são bem-vindos porque precisam de amor e ajuda.




Dica do Cabral, El Fenomenal 

Genizah

sábado, 15 de março de 2014

Pastor tem ataque cardíaco fulminante no púlpito ao contar para igreja que traiu esposa




O pastor Bobby Davis morreu após pedir perdão a fiéis por trair a mulher
Foto: Reprodução

Um pastor norte americano da Igreja “Miracle Faith World Outreach” morreu após contar ao fiéis que teria traído a esposa, Christine, e que gostaria do perdão de todos pelo seus pecado. 

Segundo o site de informações Huffington Post, uma testemunha contou que o homem teria pedido para todos permanecerem em seus lugares após a celebração,  pois ele tinha algo para contar.

A testemunha também disse que, logo depois da confissão de Bobby Davis, os fiéis gritaram que o perdoavam e que o amavam, o que pode ter comovido o pastor, que teve um ataque cardíaco logo em seguida.
Davis e sua esposa teriam fundado a igreja em 1967 e o casamento dos dois havia completado bodas de ouro em junho de 2013. 



terça-feira, 11 de março de 2014

Tive que assisti pra acreditar: funkeiro ataca bispo Edir Macedo em pleno programa da Record: “Pastor marginal” kkkkk (nota 10)





A participação do funkeiro MC Jefinho Faraó como convidado especial em homenagem ao Dia da Mulher no programa “Cidade Alerta” do Espírito Santo na última sexta-feira (7) causou um enorme desconforto na Record.
Enquanto fazia sua apresentação cantando vários sucessos de sua autoria, o funkeiro decidiu atacar o dono da emissora, bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus. O âncora do noticiário, Ricardo Martins, disse durante vários momentos que estava com “dor de barriga” e deixou o programa enquanto Jefinho se apresentava.

No momento em que Martins deixou o estúdio o funkeiro cantou no “Cidade Alerta” um funk com rimas pesadas contra o líder da Igreja Universal.

“Oooo Pastor Marginal, da Igreja… foi quem pegou nosso dinheiro, pega ele e dá um pau”, cantou. E seguiu: “Lembro dele no Maracanã, à toa ele sorria, ele ficou rico da noite para o dia”.
Na versão original da música, Jefinho fala claramente citando a Igreja Universal e o bispo Edir Macedo. Segundo a colunista Keila Jimenez, da Folha de São Paulo, o incidente pode acarretar em demissões.
Via Gospelprime
Assista:


    
 

segunda-feira, 10 de março de 2014

Igreja Batista Sorteia Fuzil AR-15 e Pastor diz que Arma é uma Benção



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Uma igreja batista da cidade de Troy, no estado de Nova York, voltou a acender o debate sobre as armas nos EUA graças a seu plano de sortear um fuzil entre os fiéis.
A entrega da arma - um AR-15 - vai acontecer no dia 23 de março entre os presentes no culto de domingo, anuncia a igreja em seu site.
'O único objetivo é ser uma ajuda, uma bênção e um apoio a todos os proprietários de armas e caçadores que foram atacados com fúria pela imprensa e por políticos socialistas e anticristãos', alega o pastor John Koletas em carta publicada na página.
A iniciativa rapidamente passou da imprensa local para veículos nacionais e foi duramente criticada por representantes de outras igrejas da região.
Koletas, em uma segunda mensagem publicada no site da igreja, acusa os críticos de serem uma 'fraude' pede que leiam a Bíblia e a história da revolução americana para ver como homens armados defenderam a liberdade.
O polêmico sorteio conta com o apoio do deputado republicano Steve McLaughlin, que deve falar durante o culto do próximo dia 23.
'É uma arma segura, legal, a que está sendo sorteada. Não vejo controvérsia e não me parece surpreendente em absoluto que se rife um fuzil em uma igreja', disse McLaughlin em declarações ao jornal local 'Times Union'.
O fuzil em questão custa aproximadamente US$ 700 e está adaptado para cumprir a legislação de Nova York, já que os AR-15 comuns são proibidos no Estado.
Uma arma desse tipo foi utilizada em 2012 no massacre da escola Sandy Hook de Newtown, Connecticut (EUA), quando foram mortas 20 crianças de entre 6 e 7 anos de idade e de seis adultos.
Para ficar com o fuzil, o ganhador do sorteio deverá ter pelo menos 18 anos, cumprir com todas as normas de posse de armas e passar por uma verificação de antecedentes criminais.






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domingo, 2 de março de 2014

Para Baby do Brasil, Carnaval é festa de Deus.

 

 

BocãoNews

Conhecida pela rebeldia entre as décadas de 60 e 70, a cantora Baby do Brasil agora canta músicas gospel. Nesta quarta-feira (26), a também compositora se apresentou ao lado da banda percussiva do Olodum e da Orquestra Sinfônica da Bahia. Chegaram a emocionar o público ao som da música “Brasileirinho”. Apesar de participar de uma festa momesca, a cantora não deixou para trás o discurso evangélico.

Falando com exclusividade ao Bocão News, Baby disse gostar muito de festas. "Eu gosto de festa porque eu acho que Deus é festa e o Carnaval de Salvador é uma grande festa. E é por isso que estou no carnaval", finalizou.

Na noite desta sexta-feira (26) ainda são esperados 30 blocos de fanfarras dentre eles, Soagentê, Bloquinho, Alvará de Soltura, Alerta Geral, Hoje Eu Posso, A Barca Tricolor, 100 Comentários, O Caldo, Come Lixo, Carnabrás, Cerveja e Pimba, Oxxi, Arquiloucura, Esquenta, Pata de Onça, Xupisco, Gravata Doida, Concentra+Não Sai, Quero Mais, Pinguço, Jegue Enfeitado, Cachasamba, Dibarabar, Integramed, Liga da Justiça, Preliminar, Vai Braceta, As Moças e As Periquitas.



Genizah Comentando...


Se Deus é festa, eu não sei, mas certamente esta mulher e sua filha insistem em fazer da igreja uma baderna herética… Unções  proféticas, apostolado moderno, missões ginecológicas e festas para princesas… Se surge alguma coisa leviana no evangelicalismo brasileiro, lá estas duas estarão.


A seguir, a doidivanas tirando um câncer antes de ir para o carnaval. Esta mulher gosta de emprestar a sua fama e dar reputação a tudo o que não presta no cenário evangélico, como é o caso do Terra Nova, MIR 12 e esta curandeira 171 que outro dia tirou a artéria AORTA de um incauto…

 Assista aqui: https://www.youtube.com/watch?v=4A8SSpLkbhI


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